Porque não durmo sereno e sossegado
Com sonhos de anjos e ninfas douradas
E acordo nervoso e sobressaltado
Sentindo na lua dores magoadas?
Meu Deus, porque sinto assim
Parece que tudo depende de mim
E sou só um grão de areia
Nesta praia de luto cheia
Quero uma terna madrugada
Em pano de linho bordada
Um descanso que me sossegue
E me faça só lembrar de mim
Porque sinto o mundo assim
Meu país amortalhado
E não consigo calar nem esconder
Que dele sou filho dedicado?
E acordo em pranto
E não aguento este tanto….
E choro… e choro… e choro…
E no dia escondo as gotas orvalhadas
Num canto que deixo em qualquer canto
Em outras lágrimas sofridas e choradas
Delfim Peixoto © ®