Olhavas a rua da tua janela,
dizias que esperavas que eu passasse,
mas eu sempre achei que era balela
que mentias a quem por ti cruzasse.
Certo dia bati à tua porta e nada,
não abriste, disseste que não podias,
não acreditei pois se tu és ousada
fiquei sem entender o que querias.
Saí arreliado da tua porta
jurei que nunca mais te olharia,
mentiste com teu olhar que me sorria…
Podes chorar, nada mais me importa,
mesmo que te ajoelhes a meus pés
jamais cairei no teu engodo outra vez.
José Carlos Moutinho