Liz:
Onde você esteve ?
Na ilusão e poesia,
derramado em um espelho ou dentro da minha alma?
Lobo:
Estive vagando pelo deserto,
a tentar matar o meu medo, encontrando um lugar, e à minha alma deixar.
Liz:
Deixe os braços vazios,
onde o frio abraçar o seu medo ,
onde nada enterrar seu instinto.
Lobo:
O vou seguindo suavemente,
abraçando o meu manto, e ao calor que sinto, cobrindo a frieza pertinente.
Liz:
Sem abrigo em um manto,
apenas seguindo à frente,
sentir a brisa arrogante,
na distância decadente.
Lobo:
A decadência são nos astros,
não sou um digno de tal magnitude,
apenas sou um filho da lua,
a aconchegar minha essência.
Liz:
Poeira são os sonhos,
mãe cigana argumento,
onde a noite clandestina nos banha ,
onde o deserto nos chama
sem espaço ou tempo .
Lobo:
Até ouço lá sua voz, remoendo o meu pensamento,
vendado pelo tempo que levou,
o meu animal feroz.
Liz:
Hoje meus uivos ecoam na colina,
na floresta, no lago,
a inclinação que leva o meu destino,
enquadrado no silêncio solitário.
Lobo:
Como entendo este solitário silêncio, recorrendo às folhas,
que caiu sobre mim, sentindo o vento,
até um dia chegar,
ao médio Oriente.
(Em mais um dueto com minha poética e sábia amiga Liz. )
Hugo Dias 'Marduk'