<br />Quem já não lutou
Contra dragões ferozes,
Contra tempestades ciclónicas,
Contra agouros sombrios.
(Todo o mundo
Vê-se como individuo
Mas Ninguém
Vê-se em conjunto).
Penso que lutei
À muy anos
Com um amigo
E contra amigo mim
Na defesa de donzela formosa.
Imagino ou será que sinto
Essas lembranças
Que vêm do passado
Como parte de cavaleiro.
Mas lutei,
Lutei bem,
A ponto de ser ferido,
Pisado, cortado,
Imolado;
A ponto de abrir os olhos,
A mente, o espírito,
Mas não o coração.
Sinto que o mentor
Fez-me cortar
A ligação de Excalibur,
A esperança do povo de Camelot,
E, a justiça de Artur.
(Mas tudo se passa na mente).
Mas pressinto
Que na minha caixa,
Uma caixa de Pandora,
Além da esperança,
Da justiça que guardei,
Da fé de ser bom,
Guardo tapado
Em tecidos ostros,
Um pedaço de Artur
Uma quota de Camelot
E a Espada,
A qual guardo a sete chaves
Num sítio com carinho.
(E o enigma torna-se em poema
e o poema transforma-se no enigma).
Eu só queria,
Eu só peço,
Que me dêem
As poucas runas
Que me faltam
E a chave
Do sentido antagónico
Que tem Fogo
Que tem mágoa
Que tem Ciclones
Que tem sofrimento.
(Imagino que saibas do que estou-te a falar),
Só te peço
Que tenhas
O poder de EXCALIBUR...
@ Setúbal, 3-6-99
P de BATISTA