EM MEMÓRIA DO JUQUINHA!
O Juquinha morreu
Numa noite de breu!
Morreu esmagadinho
Coitadinho!
Dizem que não há
Céu de gatos
Mas os que o dizem
São uns chatos
Que não sabem
O que dizem
Nem dizem
O que sabem
Ficam por aí!
Seja por saudade
Ou por verdade
Ou ainda por maldade
Ouvíamos o miar
O choramingar
Do coitadinho
Pedindo afago
E carinho
Mas levando água
Ao seu moinho
Rogando por comida
Aquele bichinho
Aquela coisa preta
De verdes olhinhos!
Era lancinante
O seu miar!
Julgando ser verdade
Abríamos a porta
Para ele entrar!
Pobre dos
Nossos corações
Vivendo aos empurrões
Na ânsia desmedida
De ser uma
Verdade sentida
Julgando ser ele
Que à porta batia!
Chorávamos
Choro sentido
Por não termos, conseguido
Guardar bem guardado
Aquele bicho danado
Muitas vezes maltratado
Por ele morder,
O descarado!
Mas lá que o amávamos
Lá isso amávamos!
Agora, lavados
Em lágrimas,
Morremos de dor
E de amor
Pelo bichinho que amávamos!
Ezequiel Francisco 08/11/2015