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SAARA - soneto quarto

 
Tags:  SONETOS 2011  
 
IV

Há anos eu registro a mim memórias
D'estas incursões pelo Saara infindo.
São escritos dispersos qu'eu, reunindo,
Fizera não História, mas histórias.

Sim, busquei reviver as antigas glórias
Do viajante ao deserto então bem-vindo,
Que descrevera o terrível como lindo,
Deixando várias notas ilusórias.

Escrevo ora na areia. O mar apaga...
De costas ao deserto, miro o oceano
E deixo para trás só dor e engano.

Porém, erijo aqui um padrão de pedra
Cujo eco faz o mar a cada vaga:
-- "N'esse deserto nada jamais medra!..."

* * *


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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