SAARA
I
Pelo planalto que se descortina
Do alto d'essa montanha desolada,
Observo a imensidão a além do nada
E os caminhos percorridos em vã sina.
Atravesso um deserto: Poeira fina,
Pedras e areia me têm servido de estrada.
Sem embargo, segui minha jornada,
Feliz a uns olhos verdes de menina.
Não há oásis, porém, após as dunas,
Sim mais dunas e mais dunas de areia
E, enfim, vagar só sob a lua cheia...
Como em tanta aridez verdes lagunas?
Já quedo entre ruínas e restolhos,
Percebo ora miragens esses olhos...
* * *
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.