Poemas : 

Liberdade e caminhos

 



Ao longo dos quarteirões em ruínas,
prédios e casas devastadas,
avançamos lentamente,
para tomar mais um objetivo.
No árduo caminho
bons amigos ficaram para trás
um deles com uma bala no peito
gritando para que prosseguíssemos.

Numa ultima olhada do perímetro
vi que não mais se movia,
um companheiro igual a mim
ficou à beira do caminho.

Ficava difícil manter a coragem para luta,
o inimigo espreitava nas sombras,
perto das trincheiras,
invisível e insidioso discurso fazia.

Ao som dos estampidos
crianças corriam com pés descalços
enquanto palavras, risos e lágrimas
tudo se confunde num esgar
nos lábios ressecados por causa do frio.

Todas as esperanças, todo o caos,
viaja nos obuses dos morteiros,
assobiando sobre nossas cabeças,
assustando mulheres e crianças,
saindo a procura de um poço,
para matar a sede dos lábios ressecados,
sob o fogo impiedoso dos fuzis.

De longe espreito o movimento,
perscruto cuidadosamente o perímetro,
ao longo das cabanas de madeira,
enxugando gotículas de suor da testa,
vendo longe como a fumaça azulada das lareiras,
a liberdade e o caminho a seguir.


 
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aziago
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