Meus versos são margaridas
recolhidas em meio ao mar:
velas acesas, meu sangue
em furta-cor, flor d'água.
São meu transe, belo sonho,
meu rebanho, sem molhar.
Nesse deserto, é tudo
nada, flor que brilha no Secreto.
Em meio ao caos contemporâneo
sou apenas um cais florido:
uma dor, um lado, um grito,
poeta afogado, mas Redimido.