mãe, partiste sem aviso
e no prenuncio de morte
esboçaste-me o último sorriso
como votos de boa sorte
Mas, mãe, sorte não é viver
à espera desse teu Além;
Sorte foi ter-te como mãe
e ser o Ser amado até morrer.
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Ai minha filha, que tristeza essa que não passa
certamente é uma dor que o peito trespassa
é um padecimento que a tua alma retém
pelo falecimento da tua dupla mãe.
Ai meu filho, parte de mim a que Deus deu vida
quisera aliviar o teu pranto de saudade
repor na tua estrada a docilidade
do seu olhar e as palavras floridas
Ai de mim, órfão da vida que ela me deu
trilharei saudades sob a lua nova
cuja luz aqui desvaneceu
que outra para ela se renova
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Enquanto espero a minha vez que vem
sentirei falta do teu olhar de mãe.
Até lá, descansa em paz mãe querida
nessa nova dimensão da tua eterna vida
Não sou poeta mas, quem sabe, um dia escreverei
um texto que (pela persistência e sorte) possa ser lido como poema