Quando as últimas notas da Sinfonia se insinuarem pelo jardim, ainda no Verão , eu me preparei para uma viagem.
Fecharei o Livro das Horas e colocarei o meu lacre em cima com mão firme...
Ouvirei de mim mesmo: “Nunca mais desta janela verei a casta donzela oriental chegando, corada pelo sono! A Lua.
"Ou a esquadra desfraldando o Velocino Dourado, navegando para Oeste. Na forma de Sol...
E ainda como eco... “Mas eu nunca os esquecerei; eles estão embalsamados no depósito da Memória; seus presentes estão preservados no santuário do Espírito.
“Não... eu não precisarei de nenhum ouro para a viagem: somente os tesouros do Amor, os primeiros frutos do Sacrifício. Se não os tiver, partirei de mãos vazias.
“Nenhuma crença escrita em papel servirá como um passaporte: somente a liberdade longe das mão dos homens. As Leis da Devoção – Pensamento Correto, Trabalho Correto – gravados pelo escultor da Vida nos pergaminhos do Coração.
“Eu deixarei aqueles que me amaram. Suas trêmulas palavras de adeus, guardarei com carinho no coração, para sempre.
"Com a minha mão sobre o trinco, sorrindo olharei para trás e lhes darei minha a benção. Ah sim... Lembre-se: “A terra para onde viajarei não está distante. Embora eu me mude para um novo lar, ainda seremos vizinhos.
A cerca que nos separa não é uma mata impenetrável; ela será trespassada pelas flechas do Amor desferidas por um desejo respeitoso.
“Eles ouvirão minha a voz, confortando-os na noite de suas aflições. Minha mão apertará as deles no leme quando eles navegarem por mares perigosos e as ondas se tornarem ameaçadoras.
“E então, quando o Sino da Noite tocar o amém para o Discurso do Tempo, e as estrelas cintilarem em vaga-lumes pelo Céu de meu mundo. Eu abrirei a porta de par em par e irei para diante dentro da Aurora, cantando.
“Como está cerrada e silenciosa a casa, depois da minha partida! Ninguém me verá ou ouvirá partir, salvo aqueles que têm visão.
“Com sandálias aladas como o Pensamento eu viajarei pela estrada, como um pensamento e levantarei os meus olhos para as montanhas coroadas de glória, que sonho algum pode traduzir.
"E lá, no final da viagem, alguém mais bela do que uma Rosa, mais terna do que uma Mãe, mais compreensiva do que os sábios dos sábios, estará me esperando.
“Minha saudação, apenas estas palavras: ´É você, Amor?´ Em resposta, somente estas: ´Venha! Sou eu!"
“E então... em silêncio... depois da busca, depois do arar, da semeadura, do suor... depois da vigília e dos lamentos.... da esperança e dos sonhos inexplicáveis, para os campos da Colheita nós iremos de mãos dadas.”
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