Permita-se
A escrever, assim como as folhas caem das árvores
Permita-se a falar, como se fossem as últimas palavras a serem ditas
Permita-se que as emoções embarguem sempre a voz
Tornando-a suave ou estridente
Permita-se admirar o valor das fases da vida
Permita-se a cada momento eternizar
De tal forma que ele sempre volte
Seja como lembranças na pele
Marcas da vida
O suave sabor da bebida
Uma imagem plana sob o olhar
Permita-se , diga-se de passagem
Viver!
Permita que o sol nasça, mesmo que não apareça
Permita que a janela abra, mesmo estando fechada
Permita a chuva cair, mesmo que la fora esteja tudo seco
Permita a flor desabrochar, mesmo que não tenha sementes
Permita o sorriso, mesmo que no coração existam lágrimas
Permita o choro, mesmo que seja de tristeza
Permita o som, mesmo que não seja o que imaginas
Permita a fala, mesmo que não diga o certo
Permita o perdão, mesmo havendo dúvidas
Permita o amor, mesmo que exista a dor
Permita a dor, mesmo que exista amor...
Permita a vida!
Thábata Piccolo
Curitiba, Outono 2016