MARÇO
LV
As seis e quarenta de sábado no primeiro dia de março de 2014 - A grande nave levantou ferro rumo ao porto da Ferronorte no bairro da Areinha. Uma caminhada salutar debaixo de um chuvisco e o velho sonho de encontrar um saco,uma sacola recheada de dinheiro,produto de algum roubo malfeito. A comporta da barragem estava aberta e as aguas jorravam como uma grande cachoeira entre as pedras por baixo dela. Estou cansado. Entreguei a grade de Dona Francisca e recebi o dinheiro no bar dela na lateral do mercado. O papudinhos,meus parceiros de copo e garrafa já estavam meio-altos na Praça do Bacurizeiro. Foi Mano Brown, o serigrafista que carregou a grade no ombro da oficina até a residência dela por trás da Igreja Católica, na primeira travessa da Avenida do Piancó.
Começo da noite
Antenor ouve da irmã e o escreve em braille. O céu fechado ameaçando cair um temporal. Enchi a cara, almocei um empanado de frango.Ainda estou um pouco grodeado, tento-me controlar. A musica brega vindo do quarto do casal.