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ÀS MARGENS DO RIO SECO

 
Tags:  SONETOS 2016  
 
ÀS MARGENS DO RIO SECO

Acolá, fina areia em que as reptícias
Se agarram a buscar a última gota...
Sol em barro rachado que desbota
O chão coberto d'ervas malpropícias.

Outrora era vereda de delícias;
D'eterno enverdecer por sua rota.
Nada mais, todavia, hoje se nota
Onde antes buritis, pequis... Primícias!

Pela terra assolada, igual fantasma
O rio ressecado nega ao açude
Sua água, sem ter mais com que lhe ajude.

E a gente ribeirinha mais se pasma
Por vazio o remanso de banhar
Na seca a entristecer este lugar.

Betim - 18 04 2016


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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