SEIS DE ABRIL
Hoje passei o dia em desalento.
Logo pela manhã tive uma discussão longa com uma pessoa que passou por minha vida. Passou...
Nós nos atacamos e nos ferimos com palavras que sabemos machucar. De facto, dói! ... Deve doer nela também, que até se admitiu fragilizada... Logo ela que tanto lutou por domínio e controle!
Tudo o que ela tem agora são esses dardos envenenados dos quais me esquivo...
Não há muito o que dizer, senão que acabou, isto é, que não estamos juntos e temos saído com outras pessoas. Sim, há patrimônio para dividir com mágoa e filha para criar com amor.
E a vida continua.
Mas parece que não é o bastante. Parece que a vida não muda de facto enquanto permanecemos no mesmo lugar.
Não sei o que o leitor acha disso, mas eu estou cansado de viver essa vida em suspenso, como se a espera do próximo desastre a me constranger um pouco mais.
O fado se me parece agora uma piada da qual eu simplesmente não consigo rir. Talvez o leitor consiga e me leia agora conduzido pela alegria de dar boas gargalhadas ou pela suave melancolia de verter lágrimas, pois, isso tudo é quanto nos pode oferecer as letras. Espero não te decepcionar, caro leitor.
Betim - 2016
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.