Memórias
Já não caminho. Arrasto-me nos tempos,
que os meus pés encontram embaraços.
Nada retenho. Mas, carrego nos braços,
o mais gigantesco dos tormentos.
São minhas forças o céu, a luz, os ventos,
com eles vou na rota dos meus passos.
Procuro reatar antigos laços
que na memória já se esboçam lentos.
Ainda sei quem sou. Mas os lamentos
que me vêm chamar os sentimentos,
de uma vida que vivi noutros espaços.
São carga dura: são duros, violentos,
pois são no caminhar impedimentos
que me conduzem a momentos devassos.
Maria Helena Amaro
1/12/2012
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2016/04/memorias.html
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