TRÍSTIA
Quem cantara o amor, canta ora a tristeza.
Quase algo natural ter uma perda...
Contudo, nada ganha aquele que herda
Esse luto d’alguém que lhe despreza.
Corteja a dor como antes a beleza
Lhe mantinha a visão crédula ou lerda.
Mal sabe a destra quanto faz a esquerda...
Findo o jogo, eis as cartas sobre a mesa:
-- "Mostra-me tuas mãos! Não foste honesta!!!"--
Diz-lhe, atônito, diante do que resta,
Nosso herói a cantar seu triste fado.
Depois de tudo, pouco ‘inda contesta...
Murmura ele no entanto, desolado,
De ser tão-só passado já passado.
Betim - 29 04 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.