CHUVA
Chuva que molha a terra nua
Horizonte que desafia os olhos
Umedecendo os olhos seco de pó
Varrendo a planície longínqua e costumeira
Alagando caudalosamente o leito escondido
Que o fara exposto e perigoso,
Utópico a visão esclarecedora.
Exuberante aos olhos já cansados
Expressivo com seu poder limitado
Sossegado em suas curvas
Começando o desespero mais adiante
Onde ficam as pedras
No fim se desaba em finas gotículas
De onde tudo começa novamente
Escondendo entre fendas
Assim guardando as sobras preciosas
Selada pelo tempo corrente
Límpida e paciente
Alagando o seleiro da vida
Generosamente a faz prisioneira
Respingando entre as cavernas entrevadas
Invadida pelo sol pálido de inverno
Manso regato que a trás novamente
Alagando o desespero da seca
Simplesmente fazendo um verde loco...
Aparecido Luis Ferreira