Enviado por | Tópico |
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visitante | Publicado: 11/04/2016 15:23 Atualizado: 11/04/2016 15:23 |
Re: Entranhas...
Gostei do que li por aqui.
Um abraço, Anggela |
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Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 16/08/2016 10:16 Atualizado: 16/08/2016 10:17 |
Da casa!
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Re: Entranhas...
“a pedra” faz caminhos, não os move.
Nós é que nos movemos quando andamos pedra sobre pedra, seguindo os trilhos por elas delineados. As pedras são silenciosas… têm algo de contido e oculto, lembrando-nos uma “confissão”. Porém, as pedras também não movem confissões, sendo-lhes indiferentemente indiferentes. As pedras encontram-se quietas - e silentes - apenas aguardando “que a sombra/mude o lado,/pacientemente…”; porque o tempo das pedras é um tempo sem tempo, e “pacientemente” aguardarão, não só que a “sombra/mude o lado”, como também que o sol lhes bata menos forte, que a chuva abrande ou mude de direcção, que esse pé cansado lhes saia de cima, que a bola que nelas caiu seja desviada, que as aves venham buscar as migalhas que sobre elas se dispersaram,… Em compensação, o sujeito poético sente as horas com a sua força brutal e fatal (“sinto o gadanho/das horas”) e sabe que nelas não haverá sempre movimento, acção, plenitude ou encontro. Contudo, à semelhança da pedra, o sujeito poético “sem verbo, nem encontro” resolve acolher o movimento da sombra e, como nada pode fazer para lhe mudar o movimento, contempla este “nada/eternizado” que vai mudando de lugar conforme as horas do dia… e ele, quieto e em silêncio, de pé, assemelha-se a um relógio de sol, vendo passar as sombras como as pedras… pressentindo nesta contemplação a repetição, os ciclos (como um “nada/eternizado”) e esse tempo que passa devagar pelas pedras e tão tão rápido por ele. |
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