DE VOLTA
Têm meus olhos a exacta e vã medida
Da extensão da maldade que há no mundo.
Executei-sofri o mal, fecundo
Foi seu lavrar por toda a minha vida
Anos de mocidade à inadvertida
Experimentação do que é imundo!
Sempre busquei prazer, poço sem fundo,
Atrás d'uma beleza corrompida...
A esconder-me do bem, relativizo
Até que se me impôs, sem prévio aviso,
A minha volta, triste e maltrapilho.
Mas espero, por fim, não por meu mérito,
Sim pelo amor d'Aquele cujo inquérito,
Far-me-á, embora pródigo, seu filho.
Betim - 02 01 2008
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.