POLAROIDES
Dentro da caixa, ao fundo da gaveta,
Guarda pilhas de fotos já antigas.
N’elas, recorda faces mais amigas,
Que píxeis a deixar su’alma inquieta.
Àquela época a vida era repleta
De caminhos, achados e fadigas.
Hoje, em meio a existências tão mendigas,
Busca-se a verdade que o faz poeta.
Caras -- quer queridas; quer valiosas --
As imagens registram o instantâneo
Com luz e honestidade poderosas.
Aí o riso aberto, o gesto espontâneo,
Mais a outra face enfim reconhecida...
Em foto, irretocável, toda a vida.
Betim - 14 11 2014
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.