Há dias que desejamos estar mortos!
Há noites em que choramos em vão!
Dizem que vivemos nos corpos ...
Mas da vida só vejo podridão.
Há horas que somos vermes sem casa!
Há segundos que sufocamos um grito!
Dizem que a vida não está gasta ...
É mentira! Eu não acredito.
Há gente qu'inda pensa em ser feliz!
Há outras que só estancam o sangue!
Sabem aquilo que a vida não diz ...
Vê-se nos olhos, seu rosto, exangue.
Há viúvas que choram seus mortos!
Há filhos que odeiam seus pais!
Há pais que sepultam seus corpos ...
Dão à terra, seus filhos, como animais.
Há dias em que o pranto seca na face!
Há noites que se ouve uma voz impiedosa!
Acredita-se em Deus como se isso bastasse...
Mas tudo termina em morte vagarosa.
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro