FLORES E FLORESTAS
Por ali e acolá, roxas floradas
A colorir a mata gris d’agosto.
Entrego-me, sem cálculo ou desgosto,
A mais contemplações apaixonadas?
Não... Trago as minhas pálpebras cansadas
E um pesar dissimulo no meu rosto.
Ao coração, o quadro ora composto
Faz-se borrões em fortes pinceladas:
A mata seca n’um morro redondo
Violentada por roxos jacarandás
Como as boas paixões em horas más...
Mas como lutar contra o sol se pondo?...
São flores e florestas que meu ser
Tão-só melancoliza ao entardecer.
Betim - 27 08 2013
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.