Poemas : 

Para Camões VII

 
Emergem as estrelas no horizonte.

Encantos que o vento entoa
Navegados de boca em boca,
Tocados como passos de valsa,
Repetidos em cadência louca,
Escritos nas pedras da velha Lisboa.

Gravados ficam lustrosos olhares,
E os espelhos das almas lusitanas
Negociadas pelo barqueiro,
Tomados em algaravias ciganas.
Envelhecida a rudeza dos mares.

Relembram-se os compassos idos
Enganados pelo fugir da Lua,
Mães que choram seus filhos,
Outros traídos por falsos brilhos
Traídos por ilusão sua,
Afogados em oceanos perdidos.

Euríbia, domadora de vagas
Demoníaca fada de beleza,
Ilusão de boas marés
Fustigadas por ventos terrenos,
Inocentes efebos sem garra
Caídos pelas horas de farra,
Ardidos por suaves venenos,
Remédios de outras fés,
Azedos de fraca defesa,
Marcados pela dor das chagas.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/02/2008 10:46  Atualizado: 27/02/2008 10:46
 Re: Para Camões VII
Brutal esta decomposição poética.
O olhar pela história de Portugal de todo bem vincado, revela o teu bom conhecimento da obra de Camões, o que leva a que escrevas isto com uma clareza bem profunda.
Parabéns.

Frank_Mike



Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 28/02/2008 11:58  Atualizado: 28/02/2008 11:58
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: Para Camões VII
Se Camões fosse vive (e é...) certamente cairia da cadeira
Acho lindo este teu trabalho (ou prazer...)!

Beijo