Uma vez dormi no meio do dia,
cabeça abaixada,
a respiração não se ouvia,
espumava-me a boca,
as sombras cobriam como capuz
não havia nenhuma luz.
Não me movia
as mãos frias como gelo,
o coração não batia,
da boca nenhum apelo,
olhos embaçados ornavam
o tom marmóreo da face.
Não me movia, meu Deus,
quando a luz surgiu,
tornou a pele cianótica.
Recobrei os sentidos
respirando outra vez,
sorri com alívio,
ainda um pouco ofegando
festejando a sorte:
achei que a morte
estava me só me testando.