E já de noitinha às quatro horas da hora-do-saloio, o sol desperta com indolente desprezo pelas nuvens. Estende seus braços desordenadamente apoiando-se em nesguinhas de nuvem seca. Ao querer subir mais um pouco cai estatelado no chão- só não afundando por prender-se à digníssimos fiozinhos de raio de sol. E quanto volta já vem com toda a vontade: infelizmente o dia nasce.
Adorando ambientes pequeninos, sujos e abarrotados de miçanguinhas e tralhas velhas, Bruno já fecha seus livros velhos e lembra do combinado: arrumar a casa; limpar o carro; subir no telhado; fixar as calhas; encontrar Ariano.
Abre a porta com grande desprezo pela madeireza das portas do Mercado. Observa seus avós em outra discussão a tapas no maior silêncio e bebe três goles largos de café amargo e sem açúcar na cozinha, adjacente à sala onde estavam os velhacos.
Não que para ele importe. A casa sempre parece diferente a cada abrir desgostoso de portas.
Feita a "trabalhada firme nas tarefas" na maior serenidade, apoia seu beiço em um ponto fixo no ar e, analisando o sol, calcula que nem tão leste nem tão oeste: vai dar tempo de encontrar Ariano sem muito atraso.
Acorda de novo! Passaram oito minutos.
O mundo não é tão legal assim - tudo devaneio. Desculpe, o texto não tem fim nem começo.