À bela e talentosa poetisa
Teu corpo tecido em poesia é o talhe que ameniza,
chama bailando inunda os olhos de visões celestiais;
arrebatas-me a alma tal o encanto que hipnotiza,
faz-me pulsar o sangue nessas aparições colossais.
Com eflúvios da obsessão que tua boca materializa,
impossível deter o desejo tido pelos traços divinais;
nesses movimentos do corpo meu desejo penaliza,
abrasa-me a cobiça por teus meneios tão sensuais.
Se teu beijo fere como cardo, a chaga não cicatriza,
mesmo no inverno exalas teu calor como em rituais,
apegado à tua presença, logo me inebrio nos florais.
Tantos suspiros de enlevos, tantos desvelos originais,
anseio por teus carinhos, ouvir palavras sentimentais;
quero tudo de ti, mesmo sob o risco de penas capitais.