Quando outro dos anjos de olhos enfumaçados
morbidamente vier ali entre demais entes alados
- não escondem as negras plúmulas e tetrizes,
brande a espada flamejando as ganas motrizes,
apenas deixe leda cabeça apoiada na espádua,
reconheça-se extenuada dessa lida tão árdua.
Silenciosamente deixe que se mitigue a chama,
que não se fuja da Morte aquela que ora clama.
Se dos lampadários de ouro arde o óleo maldito,
largue as lidas terrenas sorrindo ao ora inaudito;
a alma perpetrada no carregar sórdidos grilhões
não se valerá ela solta à custa de místicas poções;
carrega signos excomungados das ganas funestas
arrastará padecentes as cadeias de fogo infestas.
Não se permita a memória que do Bem reclama,
que não se fuja da Morte aquela que ora clama.
Dispa-se ora a condenada espectro dos prazeres,
jamais experimentará em contos outros afazeres,
vez outra não cultivará ardores do amor exigente
nem dos olhos das agruras se livrará impudente;
todo ouro das poesias se apagará como as flores,
espezinhadas nos lúgubres canteiros de horrores.
Esqueça resquícios de beleza que célere proclama
e que não se fuja da Morte aquela que ora clama.
Desvaneça de vez reminiscências de sonho alegre,
imersa no tédio não haverá o que a Alma celebre.
E silenciosamente deixe que obscureça a chama,
que não transcenda a Morte aquela que ora clama
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