Um poema de Miqué Di L'Atrólloggus
Quando a dor começar aguilhoar
continue murmurando.
Não tente retroceder, contemporizar,
olhar para trás... não, não tente...
Murmure alguns mantras antigos,
olhe o céu, [seja paciente,
talvez encontre entre os amigos
forças para uma corrente.].
.
.
.
.
.
A ser
altivo,
orgulhoso,
talvez
um pouco
pedante,
na escassez
de objetivo
sonante
deixando
respingos
e forte cheiro
.
.
.
Acomodar-se sem se mover,
ceder às pressões absurdas;
como agarrado ao escaler,
imprecações soam surdas.
Logo soprarão ventos amenos
drapejando cortinas
abalando espelhos.
Logo desvanecerão venenos
descerão pelas latrinas
as palavras dos escaravelhos.
.
.
.
.
.
.
O carvalho ainda cresce à noite,
[sobrevive dias sem luz solar],
enquanto... morrem ervas daninhas.
O junco suporta o açoite,
o vento sopra e muda de lugar;
dedos sobrevivem sem anéis
homens podem meditar
sem precisarem... de tonéis.
.
.
.
.
.
.
Um sonho
pode ser
escuro,
enfadonho,
sem barcos
brancos,
num mar azul,
singrando
francos
ondas anis,
sem mudar
a realidade.
.
.
.
.
.
Formigas serão atraídas
sempre pelo torrão doce
a traça prefere o tuide;
convenções estatuídas
versam sobre a razão precoce
da coisa mais interessante.
Vou continuar intangível,
ativista dissonante...
pessimista incorrigível...
se apagado o forno de criatividade,
espero que a verve rebata,
seja servido em salva de prata
o almoço espiritual[e corporal.].