Descalça-te na leveza
de um passo deslumbrante
Recita-me versos que espantem
as brumas da noite
assim desmaie o ofuscante
silêncio desenhado no arabesco
verso bailando-te tão
gratificante
Vestirei teu olhar bordado
no cachecol do tempo
traficante
Enluarei as noites com
gargalhadas encantadoras
vivificantes
libertando todas as primaveras
que por ti passam mendicantes
Indagarei às manhãs
como revestir o silêncio
que com esmero te pronuncio
despertando aquele balé
fictício
musicado na flauta solitária
onde deposito os encantamentos
da vida saltitando mercenária
É hora de desenhar-te num arabesco
confinado à arte de um beijo
pairando entre aplausos tão pitorescos
É tempo de deixar enamorar
os sorridos rodopiando nas
acrobacias de tantas emoções
embriagando-nos de alegria
até nos fecharmos de vez no camarim
celestial
aprimorando cada sereno amanhecer
despontando elegantemente
nesta plateia pautada na essência
da vida que se ergue desvelada
matutina
eriçada
sapateando em euforia
FC