A verdade é como o brilho de um olhar
Pode ser lágrima, sorriso, euforia
Surda às mutantes frases descabidas
Pode ser triste ou fonte de alegria
A verdade é nuda, límpida, transparente,
Como água pura e cristalina de qualquer nascente
Talvez seja como as ondas do mar
Suave e lenta, ou agreste em revoltas voltas ao praiar
A verdade é como o vento, livre, sem amarras
É brisa leve, em ténues toques na mente
Talvez seja como chão seguro ou rede a que te agarras
A verdade é assim tão simples
Como a voz das inocentes crianças
Quando pintam num papel borrões de esperanças
A verdade é um hino verdadeiro
Que se diz e canta com o coração
E faz admirar e calar o mundo inteiro
A verdade ninguém a detém
Porque não quer ser de ninguém
Soltando-se das humanas grilhetas apertadas
É assim a verdade,
Solteira, independente, sóbria
Sem amores ou paixões assolapadas
Mas sempre com razões isentas
Mesmo que amordaçadas
Delfim Peixoto © ®