A te saber vulnerável aos cruéis venenos dos desejos,
advirto que te lembres da magia da trilha percorrida;
sobre esta terra maldita construímos castelo de opereta,
sem sequer compreender o significado do fogo da paixão.
A te ver que pareces ainda tão distante como em sonhos,
como adormecida na paisagem ao redor de dois corpos,
quedando-te no pétreo silêncio da amargura do luto,
apenas procurando no nevoeiro antigas fotos desbotadas.
A te saber entristecida num silencio te achei insensível,
por supostos atos que queria censurar do teu olhar,
saibas que se uniram tantos contra a tua alma inocente.
A te ouvir procurando nos sinos da meia noite as origens,
nas teias de teu próprio destino palavras que sussurravas,
te percebo mais incólume no caminho onde tudo feneceu.