Não saberia dizer o que sinto realmente
quando percebo cair sobre nós as luzes do céu.
Borboletas esvoaçando sobre o aroma das flores,
fazendo-me lembrar tristemente
que as estrelas se apagaram na noite tão escura,
entre o furor do nevoeiro insano
cobrindo os mastros e impedindo as gaivotas
de um sobrevoo gracioso sobre as ondas,
mesmo agora que floresceram os lilases
e uma última estrela lança raios até o infinito
acendendo faíscas em minha alma dolorida,
fazendo-me o peito queimar como fornalha.
É na solidão derramo lágrimas escondidas
com vergonha de mirar outra vez as estrelas,
desesperado porque não sofre com minhas lágrimas,
nem se preocupa com os momentos de solidão
que deixou instalados no peito tão dilacerado.