Dói-me a voz de calar os sentidos
Doem-me os olhos por não te ver aqui
E os meus dedos andam nas teclas perdidos
Não sabendo dos bemóis ou sustenidos
Fere-me essa escuridão em que me sento
Não tendo o brilho do teu sorriso
E constantemente procurar-te tento
Rasgo a minha velha roupa
Levo a minha alma nua
Solto a voz rouca
Procurando ouvir a tua
Magoa-me essa ausência
Como espinhos de uma flor
Que quer a permanência
Desse aroma de amor
Delfim Peixoto © ®