Pelas coxas quentes escorregou o negligê,
mesmo com vergonha me asfixiava a luxúria;
entre as quatro paredes as falas eram abafadas,
enquanto lá fora a lua sussurrava,
olhando pelas cortinas transparentes,
surpreendendo meus suspiros de prazer enlevados,
queimando como num forno entre os travesseiros.
Nem o tempo passando interrompeu meus gemidos,
com os lábios entreabertos molhados em êxtases;
e veio como ondas ferventes escaldando a pele,
senti soarem sinos de bronze em sinfonia,
e acabei sorrindo antes que acendesse um cigarro,
e corresse para cozinha a tempo de passar o café.