A chuva caindo
Com ela a loucura vem vindo
Será que estou sozinho?
Neste mundo de espinhos
O barulho das telhas
A luz do poste
Contracena com as goteiras
Me sinto preso
Como uma mosca imóvel na teia
Relâmpagos rasgam meu rosto
Pupilas dilatadas em grande contorno
Trovões abafam meu grito
Pela espinha, um breve calafrio
Ruelas inundadas
Não de águas
Mas de tristezas
A chuva vem para a limpeza
Nuvens carregadas
Não de águas
Mas de esperança
De que a injustiça, um dia
Escorra pela vala.