O ANELAR
Fora-se o último anel do ávido dedo,
Que, nu, parece agora co'os demais...
Avante, sem volver o olhar jamais,
Sigo como quem parte em seu degredo.
À boca, até o mel me soube azedo,
Repetindo igual mantra "nunca mais!”
Pois tantas as mulheres que, ademais,
Há muito d’amor fazem arremedo.
Lançada a sorte, perco o que não tinha
E saúdo a miséria como irmã,
Diante d’alva e enevoada antemanhã.
Com cálculo amoroso já me vinha,
Por levar-me os anéis em hora má...
Restou-me o dedo apenas! E olhe lá!...
Betim - 14 04 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.