Cerro os meus olhos meditativos e viajo no infinito da memória, muito além do universo possível. Por entre a fria bruma da solidão, surgida do nada dum imenso silêncio, revejo-te, amada, envolta em luz.
Dessa irreal fonte de energia cósmica, enxergo- te em tons rosa matizados, materializando-se no éter perfumado. Coroando-te, mil rosas silvestres, no dourado de teus cabelos anelados, e nos teus lábios, o sorriso de paz.
Avanças, lentamente, em dança sensual, braços estendidos dum abraço desejado, e o róseo de teus lábios cercam os meus. Sinto-te num beijo quase de eternidade, e o teu olhar encerra-se à realidade em redor, implorando a paixão de nós.
Como te amo, minha doce e bela amante! Anseio, sôfrego, sentir a tua beleza e negar-te, ciosamente, ao amanhecer. Mas uma promessa mais te sussurro: - Cerrar estes meus olhos a cada hora, desejando-te, senhora de meus sonhos!