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Acha & Sombra

 
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quando pouso
o machado,
e sem dó sangro
teu frondoso tronco

no espaço
por mim deixado
não é somente parte
de ti, robusta árvore

que se transforma
em papel, móveis, lenha,
corto a própria sombra
e admirado como idiota

vejo atônito minha cabeça
projetada junto a acha
de madeira que virará lenha
enquanto fico sem a sombra,

tola pergunta a fazer:
em qual espelho de morte
irei me reconhecer?
Carrasco de árvore...

AjAraujo, o poeta humanista.

Imagem: charge sobre desmatamento do cartunista Ario Nauro.
 
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AjAraujo
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