O amor gira hoje em torno da ilusão?
Será o amor ilusão?
Será perdição?
Serão apenas momentos, enganos, tempos esquecidos?
Sabeis o que era outrora o amor?
Eram verdades ditas com sentimento, com vontade, vividas, sentidas, arrancadas às profundezas das nossas almas.
Eram arrepios, intensificados pela troca de olhares, pelos toques subtis que o alimentavam.
Paixões que permaneciam.
Amores que o tempo não apagava!
Amores de perdição; loucura, um doce entorpecimento, um querer que ia além do corpo, um pairar no limbo de duas almas gémeas que partilhavam, se entrelaçavam ... se amavam verdadeiramente!
O amor, o que é hoje o amor?
É apenas uma ilusão dos sentidos daqueles que sentem, mas no fundo nada sentem.
Acham que sabem o que o amor é, mas não sabem, julgo que não sabem, como eu talvez não saiba.
Vivem enganados, estão enganados, ludibriados pelos venenos de belezas armadilhadas, cujos corações são vazios, desprovidos do verdadeiro sentir.
Amam a escultura, não o cinzel que a esculpiu, não a mão que o segurou, não o homem que lhe deu forma e beleza!
São indivíduos de espírito vencido, cujas plantas não regaram e cujas flores deixaram murchar.
O amor é algo maravilhoso, atingível apenas para aqueles que têm fé, para os de mente transparente, límpida, translucida, de coração puro, para aqueles que olham e sentem o desabrochar de uma pétala de rosa, perfumada, deixando-se inebriar pelo perfume que emana.
O amor é na sua essência tão simples, basta fechar os olhos e sentir. Deixar a natureza fazer o seu papel, libertar os seus mistérios, cujas mentes humanas não conseguem explorar!
Sim, sentir quem verdadeiramente nos faz feliz, esteja aqui, ali, perto ou longe!
Divago, assimilando as palavras ditas, afinal sei ou não sei o que é hoje o amar?
Sei, mas não sei. Nem de mim sei ...
Afinal que sei eu do amor?
Talvez o saibamos quando o sentirmos pleno, sem rodeios sem conflitos, quando a nossa mente alcançar o nirvana, a paz, a harmonia, a fluidez pura e que julgo atingível, até ao tocar o verdadeiro sentido do amor ...
João Salvador - 01/02/2016
João Salvador
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