Chove no teu corpo
esse frio que sentes são as escamas que se libertam
do corpo que foi sereia, ninfa, nereida
e se transforma no corpo de uma mulher real
na qual me inspiro, na qual respiro e pacientemente espero para abraçar
aquecendo com a minha pele esse trémulo receio de vires para a praia
Espero por ti, dando-te esse momento de veres com os teus olhos
o caminho que indico com a luz da minha alma, guiando-te com o brilho do meu coração
que quero colar ao teu, peito no peito, mão na mão, lábios nos lábios
olhar no teu olhar.
Morre a sereia, a ninfa,
nasce esse corpo idílico de mulher paixão
e nessa humana condição serás companheira,
amante, minha defensora, guerreira
Prefiro assim, um corpo, uma alma, um coração
que posso tocar e em que me posso abrigar
dando-te o meu amor em que podes nidificar
Vem assim, mulher somente
e que sejam mortais o teu corpo e os teus sonhos
porque quero morrer um dia sabendo que te amei
e esse amor, podes crer, será eterno
onde nos poderemos reencontrar
E eu serei estrela
e tu, a luz que emanará dela.
Delfim Peixoto © ®