Poemas : 

Em cada um quase um irmão

 

Não me atormentem essas visões,
ao ruído seco das armas disparadas;
o fogo brotando das raias abrasadas
entre imprecações e exclamações
findas na boca dos mortos de olhos abertos.

Creia em mim!
Sou escravo das trevas
luzes não se acendem mais
nas profundezas do coração.
Trago a alma entorpecida
pelas emoções rebeladas,
tempestades de paixões viciosas.

Creia em mim!
Neste silêncio que faço reverente
... nos gestos.
... nas palavras
quando ditas,
sem que sejam orações
aos mortos na hora santa.


Eis que muitos dos que conheci,
aqui morreram antes de ver o sol brilhar
sobre as baionetas caladas
saudando um pavilhão na praça.
Não os conhecia então,
com o tempo, as agruras divididas,
em cada um quase um irmão
- alguém que por mim derramaria lágrimas
e cerraria minhas pálpebras
para que a alma encontrasse o caminho da Luz.

 
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aziago
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