Revelação
Vejo meus lençóis rasgados
E levados pelo vento,
Num momento devassados
No sopro do desalento.
Colocam a descoberto
A torrente que acalento
Nesse fio do desejo
Com que do ardor desperto.
Breve volvo num adejo,
A repor do ato a cena,
Sem ouvir nenhum queixume
E sem que o fogo se esfume
Labareda de perfume
É teu corpo de açucena.
Juvenal Nunes