LUA BRANCA
Dir-se-ia lua tão alva que albina
Em fria antemanhã de céu bem claro.
Redonda, enorme, cheia... Paro e reparo
A se esquecer que a noite já termina.
Mas o dia nascer sem sol, sem sina,
Parece um desatino, embora raro,
Por despir-me das rugas com que encaro
Outra corrida faina matutina.
Agora, já não sinto nem minto: sou!
Porque a Natura pode ser bela, ou
Fez-se-me extraordinário o quotidiano.
Alvorece uma lua branca e linda.
Encontro-me admirando-a, tonto ainda...
Na beleza do instante me abandono.
Betim - 26 04 2013
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.