Cavalgando com pressa nas margens do mar
prossegues a tua busca incessante
perseguindo a tua alma
deixada deitada na areia
onde te deitaste
e a perdeste
Avidamente corres tensa
amedrontada por essa falta que sentes
esquecendo-te que onde te deitaste estive a teu lado
ficando expectante do teu regresso segurando no meu peito
o que buscas e procuras ansiosamente
Só chegando a mim te aperceberás
que não perdeste nada de ti,
antes o deixaste guardado
seguro no meu coração
E quando me encontras no lugar onde te deitaste
descansas ofegante desse esquecimento
lembrando-te que nada perdeste
porque tudo me deste
Silenciosamente entrego-te o que anseias
num toque subtil no teu irrequieto peito
porque sinto que o que está no meu
está guardado em ti,
porque em ti vivo
e tu vives em mim.
Delfim Peixoto © ®