como rosa não choro pela pátria
sequer tenho por esta a visão
de língua do bernardo
mas o exílio sophia
esse que nos diz temos e no entanto
as mãos vazias
por vezes nos tolda o olhar
da pátria
meu poema o que direi
talvez como régio
recorde
o mesmo sem vontade
com que rasguei o ventre à minha mãe
mas não porque mesmo longe
sei
o como em seu rosto
fui desenhando sorrisos
mesmo quando a dor
a cobria com seu véu
sabes poema a pátria
para a ideia de pátria
sou mais como o oliveira e vou plantando
e cuidando o meu canteiro
e talvez um dia
a minha pátria seja eu
e sejas tu
e sejamos nós
e talvez aí
a pátria seja pátria
e assim minha
Xavier Zarco