FORTUNA CRÍTICA
Para uns, sonetista d'esta corte
Florescente, mas de memória parca.
Cujos versos, bem ao povo e ao monarca,
Agradaram conquanto quase à morte.
Para outros, talvez pouco ele se importe
Se rimas ou se primas nos traz na arca,
Tão-só lhe felicitam o que abarca
Algum século d'ouro em triste sorte.
Seus críticos ainda o veem refém
D’uma arte ultrapassada, sem procura
Para quem quer vender Literatura.
Ao que ele lhes diz que se opõem, porém,
À graça por gratuita... E tanto faz!...
Se ele escreve, é favor deixá-lo em paz!
Betim - 29 03 2014
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.