Poemas : 

aos ouvintes de éticas alheias

 



ouve

não te ponderem
os desvios das frequências
que te troquem os sentidos
nem sejam ausências
e muito menos peças
os devaneios
que como traquitanas
se espalhem no ar
transparentes
veículos de anseios
e outros meios
que arranquem das cinzas os olhares
e te ditem vagas de sinais
carregados de morais
inventadas
nas pressuposições de deveres
e obrigações de teres
e haveres
que provavelmente e objectivamente
não passam de crenças destituídas
de justificações

não ouças
pensa

e sim

assim
não passas por seres e aconteceres
o que os outros seres
com os seus quereres
divinos e mundanos
te obriguem a não seres
tu
só tu
mesmo que sejas profano
mesmo que na essência
sejas só
nu
e integralmente
humano

 
Autor
uersus
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