Do outro Lado
É a noite que nunca me esquenta
E a morte se antecipa a aurora
E traz com ela a voz suarenta
Das loucas palavras de outrora
Estão atentos todos meus sentidos
Como se eu já não tivesse morrido
Tão obscuro é este tempo esquisito
Uma terra cheia de longos rangidos
Em todas as noites me assassina
São formas de garras afiadas confusas
A luz do luar me penetra a retina
Aonde o próprio luar faz curvas e curvas
Estou só branco e sozinho
Estou nu nesta cama sob lençóis de linho
Brancos em branca alcova pendente
A morte me leva assim de repente
Vem me buscar neste imensa neblina
É o tempo que dura este breve momento
É o fechar de uma negra cortina
E não sentir mais nenhum sentimento
Alexandre