Mesmo no frio do outono não cessam as raves,
nem a palha do milho polindo a pedra,
retirando suor e musgo,
prestes a fundir-se com o solo,
recebendo energias
dos totens erguidos em lugares ermos.
Um toque no céu rouba o brilho
de um sol ainda frio e apático,
cedendo céu à chuva e flocos de neve
temeroso do trovão sorumbático.
Bem sei que não bastará tocar as árvores
para enlouquecer os sentidos tortos,
mortos sob as asas do corvo
mesmo por que as bagas dos parreirais
jamais enfrentem com denodo
a força da mó dos lagares.
Então, digo isso e vou saindo
deixarei uma trilha de impressões pessoais
dois pulmões como vales negros
impregnados por camada de alcatrão
do fumo do tabaco.
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na
trilha
maltrapilha
não
há
antídoto
contra
a
tristeza
detesto
números
maçantes
mas
esqueci
de
renovar
o
seguro
da
alma.
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Entretanto vou partir mais cauteloso,
lembrando estar no meio da poeira
impregnando a jaqueta com a terra
que devolverei à terra logo mais,
restando nos olhos ledos,
lembranças...
esperanças...
inseguranças
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e
todos
os
medos.